Claedis - Literatura - Etc...

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Esse blog foi pensado com alguns propósitos, que já podem ser identificados em seu próprio título: "claedis-literatura-etc", onde você poderá encontrar conteúdos referentes a:

CLAEDIS - minha vida... (família, filhos, amor, etc)

LITERATURA - meu trabalho... (Informações, conteúdos, atividades e produções de interesse dos alunos e professores da escola Romildo Veloso)

ETC - outras coisas. (notícias, humor, saúde, imagens, músicas, etc)

quarta-feira, 23 de abril de 2014






ENTENDENDO ARTE

ENTENDENDO A ARTE
 Poderíamos definir a palavra arte como *Manifestação da atividade humana por meio do qual se expressa uma visão pessoal e desinteressada que interpreta o real ou imaginário com recursos plásticos, linguísticos ou sonoros*.
Através da experiência artística o ser humano desenvolve sua imaginação e criação aprendendo a conviver com seus semelhantes, respeitando as diferenças e sabendo modificar a sua realidade. A arte dá e encontra formas e significados como instrumentos de vida na busca do entendimento de quem somos, onde estamos e o que fazemos no mundo.
O ser humano sempre procurou representar, por meio de imagens, a realidade em que vive (pessoas, animais, objetos e elementos da natureza), e os seres que imagina – divindades, por exemplo. As artes visuais, desenho, pintura, grafite, escultura, etc. – a literatura, a música, a dança e o teatro são formas de expressão que constituem a arte.
 A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua historia seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos.

A IMPORTÂNCIA DA ARTE
 É muito difícil explicar o sentido exato da arte. Ela busca expressar as emoções, os sentimentos, os sonhos e os desejos humanos. É a própria verbalização da nossa cultura e da nossa historia.
O verdadeiro artista tem a capacidade de sintetizar e dar formas aos pensamentos do grupo social no qual está inserido. Demonstrando tudo aquilo que outras pessoas sentem, mas não conseguem explicar.
Por isso, ao nos deparamos com certas obras artísticas, nos sentimos identificados com ela, como se alguém estivesse falando por nós.
Quando o homem criou os primeiros objetos como lanças, machados entre outros, ele o fez para satisfazer suas necessidades práticas, de se defender, de trabalhar a terra, de caçar, de preparar os alimentos etc.com o passar dos tempos, começou a fazer objetos com caráter instrutivo, decorativo e religioso. Surgiu assim, a arte para suprir á necessidade humana de expressar ás outras pessoas aquilo que pensava, de divulgar suas crenças, além de estimular e distrair a si mesmo e aos outros.
Exercícios
1.     O que é Arte?

2.     Qual a importância da arte para o ser humano?

3.     Qual era o objetivo do homem quando criou os primeiros objetos?

4.     Quando o homem começou a fazer arte e com qual objetivo?

5.     Comente: “A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua historia seus sentimentos e a sua cultura.”


6.     Produza um texto com, 15 linhas (máximo), cujo tema seja:A Arte é a própria verbalização da nossa cultura e da nossa historia”.

COESÃO E COERÊNCIA

COESÃO E COERÊNCIA

 Coesão textual: ocorre quando você utiliza os termos corretos para fazer a ligação entre as frases do texto.

Exemplo de texto coeso: 
Uma garota precisa de prática para entender os relacionamentos amorosos, por isso Priscila, que já namorou mais de quinze rapazes, se considera apta para dar conselhos a outras meninas. 

Exemplo de texto sem coesão: 
Uma garota precisa de prática para entender os relacionamentos amorosos, no entanto Priscila, que já namorou mais de quinze rapazes, se considera apta para dar conselhos a outras meninas. 

Coerência textual: ocorre quando a ideia que você apresenta é mantida durante todo o texto. 

Exemplo de texto coerente:
Namorar faz bem ao coração, deixa a pessoa mais feliz consigo mesma e com os outros. O ato de namorar libera substâncias no organismo que nos deixam mais propícios para o relacionamento com os outros. 

Exemplo de texto
incoerente: 


Namorar faz bem ao coração, deixa a pessoa mais feliz consigo mesma e com os outros. 
O ato de namorar libera substâncias no organismo que nos deixam mais nervosos e inclinados a brigas.”
:

TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipologia Textual
Narração
Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativa.
Dissertação expositiva
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer.  Ex: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.
Dissertação  argumentativa
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas.
Injunção/Instrucional

Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.)

QUALIDADES E DEFEITOS DE UMA REDAÇÃO

QUALIDADES:
Concisão:  Ser conciso significa não abusar das palavras para expressar uma idéia. Dentro do texto, e recomendável ir direto ao assunto e eliminar tudo o que for desnecessário e inútil (não '"ficar enrolando'"J pois, assim, suas (chances de acertar serão maiores.
Clareza: Consiste na expressão de idéias de forma que estas possam ser compreendidas com maior rapidez pelo leitor. Ser claro significa ser coerente, evitando desobedecer as normas da língua portuguesa, construir parágrafos  longos ou usar vocabulário impreciso.
Elegância: Em um texto de vestibular, é preciso utilizar a norma culta para exprimir suas idéias e pensamentos. Ou seja, obedeça aos princípios estabelecidos pela gramática. Lembre-se sempre de manter-se informado sobre as regras que regem o uso da língua e a estrutura dos textos.
Nunca use gírias, frases prontas ou ditos populares – isso pode prejudicar a sua pontuação.

DEFEITOS:
Ambigüidade: Ocorre quando se empregam de forma incorreta palavras, expressões e pontuação. Consiste em um defeito da prosa no qual uma frase apresenta mais de um sentido, o que pode confundir o leitor.
Obscuridade: Ocorre principalmente quando falta clareza aos argumentos do texto. Pode ser visto geralmente em textos com períodos excessivamente longos, com falhas de pontuação ou linguagem rebuscada.
Pleonasmo: Consiste na repetição desnecessária de um ou mais termos.
Prolixidade: Utilização de um número de palavras acima do necessário ou, de forma mais coloquial, "enrolar" o texto.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

DE VOLTA EM 2014

Depois e um longo tempo sem postar no blog, eis que estou  de volta!!!

quarta-feira, 16 de abril de 2014


ESCOLAS


Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. 

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.
(Rubem Alves)

O que é texto?

O que é Texto:
Texto é um conjunto de palavras e frases encadeadas que permitem interpretação e transmitem uma mensagem. É qualquer obra escrita em versão original e que constitui um livro ou um documento escrito. Um texto é uma unidade linguística de extensão superior à frase.
Um texto pode ser codificado, sendo formado de acordo com um código determinado impeditivo da sua leitura direta.
Um texto tem tamanho variável e deve ser escrito com coesão e coerência. Pode ser classificado como literário e não-literário.
Os textos literários apresentam uma função estética. Geralmente são escritos em linguagem expressiva e poética, com o objetivo de atrair o interesse e emocionar o leitor. São exemplos de textos literários: romances, poesias, contos, novelas, textos sagrados, etc.

Os textos não-literários possuem função utilitária ao informar e explicar ao leitor de forma clara e objetiva. São textos informativos sem preocupação estética. Há uma predominância da função referencial e da linguagem denotativa (objetiva). São exemplos de textos não-literários: notícias e reportagens jornalísticas, textos científicos e didáticos, etc.

RESUMO DA OBRA "A PATA DA GAZELA" DE JOSÉ DE ALENCAR

A Pata da Gazela - José de Alencar


Análise

O romance A Pata da Gazela foi escrito baseado no conto A Cinderela. O autor aproveita-se do enredo, no qual uma jovem, ao entrar apressada dentro de uma carruagem, perde um par de seu sapato, que é encontrado por um rapaz. Inquietado pelo calçado, ele sai à procura da dona do objeto, não desistindo até encontrá-la. A partir daí, o romancista desenvolve seu enredo, um texto irônico e crítico sobre a sociedade brasileira do século XIX. O livro é a tentativa de José de Alencar de mostrar como o amor deve ser, não pela plástica como o de Horácio, mas pela alma como o de Leopoldo.
Outra dimensão de um romance é sua historicidade, isto é, seu caráter de objeto produzido num determinado momento histórico, destinado a ser consumido por um público de características específicas e fruto de uma concepção de literatura muito peculiar. No caso de A Pata da Gazela, sua publicação em 1870 imerge-o em plena moda romântica, quando o romance visava ao entretenimento e para isso envolvia o leitor em peripécias sucessivas: fazia-o presenciar cenas patéticas de paixões não correspondidas, fazia-o comover-se com desencontros lacrimosos, tudo isso para possibilitar ao leitor identificar-se aos personagens e assim escapar, por instantes, à rotina do cotidiano burguês.
É justamente o que ocorre com este romance, em que Alencar fornece ao público os ingredientes que este estava habituado a consumir e com os quais costumava se identificar: o meio social é a alta roda carioca, em que as mulheres são belas, ricas e apaixonadas; os homens galantes dançam quadrilhas e frequentam a ópera. É, portanto, na alta burguesia brasileira do século passado que Alencar constrói o romance que, em si, repete a velha fórmula do triângulo amoroso.

Linguagem

Além do tom irônico e crítico, o autor também usa sempre expressões galicizadas (adaptações do francês), ao invés de usar palavras francesas, uso comum da época, nacionalizando assim a linguagem.
O romance mantém um certo bom humor, fazendo uma sátira ao dom-juanismo romântico. A metáfora do leão e da gazela compõe uma desmistificação da retórica romântica. Mas, é mantido seu romantismo falando das núpcias sigilosas e dos sorrisos da mulher amada como do dote de cem  apólices e dos pezinhos de Cinderela.

Foco narrativo

A Pata da Gazela narra em terceira pessoa, um romance vivido na alta roda carioca, repetindo a velha fórmula do triângulo amoroso.
Nesta obra, o narrador é uma presença constante, descrevendo-nos o ambiente onde a ação se passa, apresentando-nos os personagens cujas idéias e sentimentos nos desnuda, introduzindo-nos enfim, como leitores, no universo representado pelo romance. Tais intromissões do narrador na obra garantem a esta um caráter familiar e moralista, principalmente se observarmos que o narrador se aproveita disto para teorizar a respeito da natureza dos sentimentos humanos, para criticar costumes da época, para pormenorizar hábitos dos salões, cariocas do século passado, etc.
Amélia, a heroína que preenche todas as qualidades acima citadas, é disputada por dois apaixonados: Horácio e Leopoldo, que representam os dois pólos do mundo romântico: Horácio é o leão, rei dos salões, o homem preocupado com a própria elegância, volúvel destroçador de corações femininos. Entediado com a vida, uma vez que o número e a diversidade das conquistas amorosas o desinteressaram de novas aventuras galantes, apaixona-se pela misteriosa portadora de um mimoso pezinho, tão minúsculo como a botina que ele encontrou na rua. Leopoldo, sonhador, pálido e macilento, descuidado no trajar, virgem de amores femininos e magoado pela recente morte da irmã, apaixona-se à primeira vista pela dona do sorriso entrevisto numa carruagem parada na Rua da Quitanda.
O romance ganha suspense, pois o narrador oculta a identidade da dona da botina, retarda o final da história e complica seu desenlace, pois a dona da botina e do sorriso são a mesma pessoa, Amélia, que acaba por preferir Leopoldo, cujo amor é sincero e desinteressado.
O leitor treinado na leitura deste tipo de romance antecipa seu final. Isso de modo nenhum diminui o valor da obra, uma vez que o final feliz e a conseqüente premiação da virtude e o castigo do vício são típicos dos romances românticos.
Horácio, por exemplo, é tratado sem nenhuma complacência pelo narrador: seu dom-juanismo, sua figura de janota, a vacuidade de sua vida são ironizados a cada passo. Talvez aí se possa ver a atitude romântica de despeito pelo indivíduo acomodado ao status quo da época, sem a auréola de marginalização e inferiorização que atrai as simpatias do narrador para Leopoldo. Assim, a oposição entre os dois rivais não é gratuita: é a forma de o romancista valorizar, através da figura de Leopoldo, os atributos indispensáveis ao herói romântico. Já entre as figuras femininas da obra a oposição de caracteres não é assim tão marcada: tanto Laura como Amélia são jovens, belas e ricas. Por que, então, a presença de ambas? Para haver possibilidade de suspense, para que Horácio se divida entre elas na busca de sua Cinderela, e para que sua busca termine na cena grotesca de ele beijar os pés deformados de Laura.
Enquanto Horácio enceta a busca dos pés que calcem a minúscula botina que ele idolatra no altar de sua casa, Leopoldo entrevê um pé defeituoso subir à carruagem de sua eleita. Mais tarde, vendo o lacaio desta retirar no sapateiro uma botina disforme feita de encomenda, convence-se de que sua amada é aleijada. Dividido entre a atração do sorriso e a repulsa pelo pé, Leopoldo luta consigo mesmo durante dias, até que finalmente percebe que o defeito de Amélia não é empecilho para sua adoração. Seu comportamento é, pois, tipicamente romântico: o amor é o encontro de almas, e detalhes físicos não empanam a sublimidade de tal sentimento.

Enredo

A história se passa na cidade do Rio de Janeiro, em pleno século "burguês". Amélia, uma mulher bela e rica, vai ser disputada por Horácio e Leopoldo.
Horácio, homem elegante não só no traje como em no trato pessoal, poderia ser considerado um dos príncipes da moda, um dos leões da Rua do Ouvidor.
Cansado de suas aventuras amorosas, apaixona-se e sai à procura de uma misteriosa mulher portadora de um minúsculo pezinho e dona da delicada botina que encontrou na rua, deixada cair por um lacaio que passara correndo por ele.
Leopoldo, pouco favorecido e respeitado de beleza, simples no vestir, trajava luto pesado não só nas roupas negras como na cor das faces e na mágoa que lhe escurecia a fonte, pela perda da irmã.
Virgem de amores femininos, apaixona-se pela dona do sorriso que viu em uma carruagem.
Horário, conhecedor dos corações das mulheres, acreditava que elas eram uma obra suprema. O amor não tinha novidades nem segredos para ele. Sofria imaginando se algum sapateiro com suas mãos aleijadas tomavam medidas de seu adorado pezinho.
Assim corria espetáculos e bailes, tentando descobrir por baixo da orla do vestido o ignoto deus de sua adoração.
Num teatro encontra-se Amélia com sua prima Laura. Leopoldo decidido a conservar o luto, estava presente e pede informações sobre as moças a Horácio, pois sua paixão continuava intensa e ardente.
Leopoldo, encontra as moças subindo na carruagem e apressa o passo. Fica imóvel, seus olhos viram um aleijão, um pé disforme.
Amélia após vários encontros com Horácio, na casa de D. Clementina que gosta de reunir moças, formando pares para dançar, foi pedida em casamento. Amélia pede um prazo de 15 dias antes de dar a resposta.
Leopoldo soube da notícia com mágoa mas sem se perturbar, amaria unicamente sua alma, essa ninguém poderia roubar, porque Deus a teria feito para ele.
Findo o prazo, Amélia tinha ares de quem sucumbia ao compromisso contraído. Num baile escuta Horácio falando a Leopoldo que não sentira antes a menor comoção ao ver Amélia. Mas quando soube que a ela pertencia o tesouro, a botina, adorou-a.
Horácio conta-lhe sua versão, o vulto confuso, o defeito que ela tinha: um pé aleijado.
Amélia sai do baile e convida Horácio para ir a sua casa. O moço encontra-a bordando, e na conversa ela esconde as lágrimas. Lançando um olhar para a moça, viu alguma coisa que o sobressaltou. A fimbria do vestido suspensa descobria o pé da moça, o moço estremeceu: era o aleijão. A moça foge da sala.
Sentindo a necessidade de sair da posição difícil em que se achava, dirigiu-se à casa de Amélia, procurou manter um clima de guerra, pois ficou sabendo que a moça encontrava-se com o Leopoldo na casa de D. Clementina. O rompimento era infalível, compreendera que tudo acabara.
Horácio aproxima-se de Laura achando que o misterioso pezinho lhe pertencia. Aproxima-se e freqüenta a casa da família e lhe faz crer que se aproximou de Amélia para vê-la.
Amélia vai às compras com sua mãe e encontra o Leão, e disfarçadamente deixa à mostra pousados na calçada dois pezinhos mimosos que palpitavam dentro de botinas de merinó de cor cinza. Horácio fica pasmo.
Amélia e Laura eram primas e amigas. Laura usava sempre roupas compridas, disfarçando os pés disformes. Amélia tinha dois pezinhos de fada, os dedos pareciam botões de roca. E para poupar a prima do constrangimento, Amélia encomendava os sapatos na rua onde Horácio encontrou a botina perdida.
Foi quando decidiu manter Horácio à prova, colocando a botina monstruosa de sua prima. Excitou o horror em Horácio.
Aproxima-se de Leopoldo, convidando-o a freqüentar a sua casa, e conta-lhe que escutou a sua conversa naquela noite do baile.
Horácio descobre seu engano e resolve reconquistar Amélia. Encontra com Leopoldo, um cavalheiro mudado, boas maneiras com sóbria elegância, e sabe que só o amor traz estas transformações.
Não desiste, e indo a sua casa presencia o enlace de Amélia e Leopoldo, que o fazem sem prévia antecipação.
Leopoldo casa-se sem saber que a noiva não era um aleijão e esta prepara-lhe uma surpresa, exibindo seus dois pezinhos divinos, de onde apareciam as unhas rosadas.
Termina o romance com Horácio falando: O leão deixou que lhe cerceassem as garras; foi esmagado pela pata da gazela.







RESUMO DA OBRA A QUEDA DUM ANJO

A  Queda dum Anjo
Autor: Camilo Castelo Branco

RESUMO
O personagem Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda era um típico fidalgo português de boa família. Casou-se por interesse com D. Teodora Barbuda de Figueiroa, também de boa família, e com ela vivia em Caçarelhos. Era tradicionalista e estava sempre defasado da realidade, tinha o hábito de ler, mas apenas autores clássicos. Quando ocupou a presidência da Câmara, mesmo que por apenas um dia, chegou a pensar em ressuscitar a legislação antiga para governar. 
Calisto foi eleito deputado e partiu para Lisboa. Na capital, chega a procurar lugares antigos, que já não existiam por conta de um terremoto, mas que havia visto nos livros antigos que lia. No parlamento, planejava lutar pela redução dos impostos, pelo combate ao luxo e estava sempre em defesa da moral e dos bons costumes. Tornou-se conhecido pela linguagem antiga e difícil. Estava sempre preocupado em fazer discursos pomposos.   
Certo dia, ao conhecer uma mulher chamada Adelaide, Calisto descobriu que nunca havia amado de verdade. Mas Adelaide não quis se relacionar com um homem casado. Logo depois, ele conhece a jovem viúva do general Ponce de Leão. A moça, uma brasileira, era loira, tinha cerca de trinta anos e foi atrás de Calisto para conseguir uma pensão. Acabou se apaixonado por ela e lhe montou uma casa. 
A partir deste momento, deu-se uma total transformação na vida do personagem.  Calisto passa a adquirir os costumes modernos que antes condenava.  Antes era muito preso ao passado e as tradições, mas ao final deixa crescer o bigode e o cavanhaque, veste roupas mais modernas, esquece a esposa Teodora, passa a gastar muito dinheiro, muda para a oposição e separa-se definitivamente da mulher, que acaba se casando com um primo.
CONTEXTO
Sobre o autor

Camilo Castelo Branco foi um dos mais importantes escritores portugueses. Foi pioneiro ao viver exclusivamente da literatura, pois não era comum na sua época. Escrevia para o grande público, mas conseguiu manter uma escrita pessoal.

Importância do livro

O romance A Queda dum Anjo pode ser considerado uma sátira dos costumes político-sociais de Portugal no período histórico da Regeneração (período de esforço para o desenvolvimento econômico e modernização de Portugal). A obra apresenta o retrato satírico do Portugal velho, simbolizado pelo protagonista. Assim como Calisto, Portugal perde certas virtudes pela veloz modernização, valorizando em excesso elementos de prestígio como a manutenção do bom padrão linguístico.

ANÁLISE
A obra satiriza o momento histórico de mudança vivido em Portugal com a Regeneração. A partir das características e da visão do personagem Calisto, o narrador nos mostra a miséria moral e intelectual do novo panorama político de Lisboa, em que o liberalismo produz má fé e oportunismo. O texto mostra a preocupação exagerada com a forma do discurso nas instâncias políticas, quando o principal deveria ser o assunto em si, em busca de melhorias para a população.
A “queda” do personagem ocorre quando ele se torna deputado e vai para Lisboa. Lá, ele se deixa corromper pelo luxo e pelas vantagens trazidas pelo desenvolvimento. Neste caso, a “queda” se dá em relação a sua personalidade, por ter sido sempre uma pessoa austera e conservadora. Também ocorre uma “queda” moral a partir do seu envolvimento com Ifigénia, uma prima distante de quem Calisto se torna amante. Mantém, assim, uma relação reprovada pela sociedade puritana portuguesa. 
Durante a transformação de Calisto, podemos apontar também para uma outra crítica construída no livro. Existe uma reflexão sobre a concepção de literatura e de suas funções na sociedade moderna. O questionamento se dá por conta do hábito de leitura da época, o público lia apenas folhetins e romances franceses. Assim, não existia uma reflexão profunda sobre as mudanças que estavam acontecendo em Portugal. A leitura, desta forma, só poderia contribuir para a manutenção de um bom padrão linguístico e não como forma de reflexão social. 
A cidade de Caçarelhos é a representação do atrasado, um local onde o progresso não havia chegado e os costumes eram ultrapassados. Enquanto Lisboa é a cidade que desperta tardiamente e procura modernizar-se rapidamente, mas sofre uma  degeneração de costumes ocasionada por um processo civilizatório que priorizava de forma excessiva o materialismo, situação favorecida pelo movimento de Regeneração .
Desta forma, Camilo mistura a cômico com a tragédia, construindo uma paródia que contém humor, mas que também retrata os dramas vividos pela sociedade portuguesa da época.
PERSONAGENS
- Calisto: é o protagonista da história. Ele representa a figura do Portugal Antigo. É um homem que preza pelos bons costumes, intelectual e defensor do bom uso da linguagem. Transforma-se ao longo da narrativa, deixando-se corromper pelo luxo de Lisboa. 
- Teodora: é mulher de Calisto. Provinciana, não desperta muito interesse do marido, era uma mulher pacata e “do lar”. Ao fim, irá cometer adultério.  
- Dr. Libório Meireles: o “Doutor do Porto”, com quem Calisto não se dá muito bem. É um orador parlamentar balofo, tagarela, afetado e formalista. 
- Ifigénia: é uma mulher interessante, brasileira, viúva do brigadeiro Ponce de Leão. Irá se aproximar de Calisto no intuito de pedir ajuda para receber uma pensão pela morte do marido. Torna-se amante de Calisto.
- Brás Lobato: um homem provinciano que tem importância em Caçarelhos, mas em Lisboa torna-se cômico pela sua ignorância.
- Abade de Estevães: faz a conexão entre Calisto e os outros deputados. Não toma partido para não se aborrecer com ninguém.
- Dr. Libório: deputado com um discurso cheio de pompa, mas de pouco conteúdo. Representa a figura do Portugal Novo.
- D. Catarina Sarmento: personagem romântica. Desiste de cometer adultério por causa dos conselhos de Calisto.
- D. Adelaide: era noiva de Vasco da Cunha. Conserva uma amizade por Calisto por ele ter salvado o casamento da irmã, Adelaide. Ao conhecê-la, Calisto descobre que não sabia o que era o amor.