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sexta-feira, 6 de maio de 2011

REDAÇÃO - DESCRIÇÃO

ATO DE DESCREVER


Descrever é traduzir com palavras aquilo que se viu e se observou. É a representação, por meio das palavras, de um objeto ou imagem.

Consiste em fazer viver, tornar vivos e tangíveis os pormenores, situações ou pessoas. É evocar o que se vê ou sente, ou criar o que não se vê, mas se percebe ou imagina. Descrever não é copiar friamente, mas enriquecer a visão do que é real ou procura-se tornar real. Saber descrever não significa enumerar muitos detalhes, mas procurar transmitir sensações fortes.

A descrição é destituída de ação. É estática.

Na descrição, o ser, o objeto ou ambiente são mais importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.

O interesse de um texto descritivo reside na impressão que tal descrição provoca em nós, e nada melhor que o substantivo – que designa o mundo do ser – e o adjetivo – que designa o mundo das qualidades do ser – para produzir enfaticamente aquela impressão que brota da fonte descritiva.


O emissor capta a realidade por meio de seus sentidos e a transmite, utilizando os recursos da linguagem, tal que o receptor a identifique. A caracterização é imprescindível, daí a forte incidência de adjetivos no texto. A descrição é atemporal, por um lado, e espacial, por outro. Verbos indicativos de ação ou movimento são secundários, valorizando-se os processos verbais não-significativos, ou de ligação. A descrição ressalta o emprego das formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio), o que dá à descrição um tom especialíssimo de imobilidade do objeto.

TIPOS DE DESCRIÇÃO

1. DESCRIÇÃO DENOTATIVA: a descrição é denotativa quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, clara, direta, sem metáforas ou outras figuras literárias. Na descrição denotativa, as palavras são tomadas no seu sentido de dicionário, único. Denotativas são por exemplo, as descrições científicas, as descrições que vem nos livros didáticos etc..

2. DESCRIÇÃO CONOTATIVA: é a descrição literária, na qual as palavras são tomadas em sentido simbólico, rica em polivalências. Visam a retratar uma realidade além da realidade.


EXEMPLOS DE DESCRIÇÃO

1. RETRATO


Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem este olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas, e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
_ Em que espelho ficou perdida a minha face?
(Cecília Meireles)

2. “ENTARDECER”

O verão chegou.
As folhas secas já começam
A cair das árvores.
A paisagem ganha um colorido fenomenal,
Uma espécie de mesclagem
De cores e estações...
Algo que seduz, estimula e incentiva.
Tudo inspira saudade...
As tardes se adornam
Com a beleza infinita de um lindo por do sol
Nas águas tranqüilas do rio que passa,
Frágeis barquinhos desfilam... graciosos.
Aplaudidos por algumas gaivotas
Que revoam os céus cristalinos.
O rio segue o seu itinerário.
Suas águas percorrem
O caminho que as levarão ao mar:
Enquanto o sol, o astro-rei,
Adormece lentamente
Sobre o seio
De uma montanha que se perde no horizonte.
Diante de tão imortal beleza,
Onde uma fusão de cores
Pintam os lábios do céu,
A noite se enche de estrelas
Transformando-se
Num cenário espetacular
Para receber mais um dia
Que, em plácido repouso,
Adormece nos braços do tempo.
(RAFALSKI, Claedis. 2001)

3. BRASILEIRO

Lá está ele: figura arcada pelo trabalho pesado. Seus olhos são fundos, cansados, cercados pela marca do tempo. Suas roupas são simples, surradas, suadas, tem no bolso um volante da loto, a carteira de trabalho e alguns trocados. Nas mãos, ásperas e grossas, traz uma marmita vazia, outrora cheia de quase nada. Não se segura a nada, já tão acostumado ao vaivém do trem da sua vida. Ele mal respira, espremido por entre cópias de si próprio. Não se comunica, como se já não tivesse forças sequer para reclamar. Seu olhar é vazio, sinal do cansaço de ser tão enganado e manipulado. Cansaço da desesperança de não ter esperança.


Lá vem ele, de olhar fixo em lugar algum, sem aparentemente nada pensar, nada almejar. Talvez, vez por outra, pense em sua família. Talvez, vez por outra, pense simplesmente em chegar para se completar mais uma vez o ciclo de sua vida quase sem vida.


Lá vem ele, o brasileiro, em mais um trem, em mais uma volta, de olhar vazio, sem nada esperar a não ser a volta do dia seguinte.

4. Salada de tomates recheados com arroz


Ingredientes para seis pessoas:
6 tomates redondos graúdos – 1 ½ de arroz cozido – 1 lata de sardinha – ½ xícara de chá de maionese – 2 colheres de sopa de salsicha picada – água – sal – molho vinagrete com mostarda – azeitonas pretas.


Tempo de preparação: 20 min.


Modo de fazer: faça um corte na parte superior dos tomates, retire-lhes as sementes, lave-os e deixe-os de molho em água e sal por trinta min. Enquanto isso misture ao arroz, a maionese, as sardinhas amassadas no óleo da lata e a salsicha. Reserve. Retire os tomates da água, enxugue-os e tempere-os co o molho vinagrete. Recheie os tomates com a mistura de arroz e enfeite cada um com uma azeitona.

5. “Ainda me lembro de meu pai. Era um homem alto e bonito, com uns olhos grandes e um bigode preto. Sempre que estava comigo, era a me beijar, a me contar histórias, a me fazer os gostos. Às vezes, porém, ele entrava em casa calado. Sentava-se numa cadeira ou passeava pelo corredor com as mãos para trás, e discutia muito com minha mãe. Gritava, dizia tanta coisa, ficava com uma cara de raiva que me fazia medo. E minha mãe saía para o quarto aos soluços. Eu não sabia compreender o porquê de aquela discussão. Sei que, com um pouco mais, lá estava ele com a minha me aos beijos. E o resto da noite, até ir me deitar, era só com ela que ele estava, com os olhos vermelhos de ter chorado também. Eu o amava porque o que eu queria fazer, ele consentia, brincava comigo no chão como um menino de minha idade. Depois é que vim a saber muita coisa a seu respeito: que era um temperamento excitado, um nervoso, para quem a vida só tivera o seu lado amargo. A sua história, que mais tarde conheci, era a de um arrebatado pelas paixões, a de um coração sensível demais às suas mágoas.


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Todos os retratos que tenho de minha mãe não me dão nunca a verdadeira fisionomia que eu guardo dela – a doce fisionomia daquele seu rosto, daquela melancólica beleza de seu olhar. Ela passava o dia inteiro comigo. Era pequena e tinha os cabelos pretos. D. Clarisse, como lhe chamavam os criados, parecia mesmo uma figura de estampa. Falava para todos com um tom de voz de quem pedisse favor, mansa e terna como uma menina de internato. Horas inteiras eu fico a pintar o retrato dessa mão Angélica, com as cores que tiro da imaginação, e vejo-a assim, tomando conta de mim, dando-me banhos e vestindo-me. A minha memória ainda guarda detalhes bem vivos que o tempo não conseguiu destruir.”

(José Lins do Rego. Menino de Engenho, 1976)

6. Cariocas


Cariocas são bonitos
Cariocas são bacanas
Cariocas são sacanas
Cariocas são dourados
Cariocas são modernos
Cariocas são espertos
Cariocas são diretos
Cariocas não gostam
De dias nublados


Cariocas nascem bambas
Cariocas nascem craques
Cariocas têm sotaque
Cariocas são alegres
Cariocas são atentos
Cariocas são tão sexys
Cariocas são tão claros
Cariocas não gostam
De sinal fechado

(Adriana Calcanhoto)









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